apresentamos JOGOS COOPERATIVOS – APRENDER A PAZ A BRINCAR
É fundamental para a criança aprender a seu ritmo e desenvover-se explorando várias facetas de si no mundo. E se é inquestionável que uma parte dessa descoberta é individual, também é certo que há coisas que ela só pode descobrir e desenvolver na interacção com os outros. Se o jogo individual é importante, os jogos colectivos e actividades assentes em dinâmicas de grupo são essenciais para o desenvolvimento na crianças das suas várias facetas.
No entanto, a maioria dos jogos de grupo habitualmente propostos à crianças, têm um carácter fortemente competitivo, com vitoriosos e perdedores. Se é importante a criança aprender a lidar com as pequenas derrotas sem “ir-se abaixo”, este tipo de jogos deveriam idealmente ter um uso moderado e cuidadoso. Muitas crianças vivem a experiência da competição de forma ansiosa, podendo deixar na sua matriz emocional marcas nocivas (umas, mais combativas, podem ser irradiadas de uma força competitiva natural e de uma excesso de fogo “marcial”; outras, mais inseguras, mas igualmente desejosas de “ganhar” vão acentuar ansiedades, medos, inseguranças, baixa de confiança e de força vital), e na sua mente, serão implantadas as sementes de conceitos que não são conformes com uma educação para a paz, para a diferença, e para o amor.
Os jogos cooperativos são jogos de dinâmicas de grupo, mas têm o cuidado de não promover a ideia de haver perdedores ou vencedores. São pensados para estimular a descoberta de ferramentas de interação em grupo (em sociedade) de forma a que as crianças possam experimentar, divertindo-se, a complexa aprendizagem da cooperação. Isto vai estimular também a convivência pacífica, mesmo quando um abismo separa uns de outros. Pode-se, através deste jogos, e sobretudo se acompanhados de pausas para reflexão após os mesmos, lançar as sementes para que as crianças, em vez de uma atitude assente nos esteriótipos dos “bons” e dos “maus”, dos “fortes” e dos “fracos”, do “giro” e do “feio”, caminhem lentamente no sentido de poder: aceitar as diferenças, reconhecer as qualidades (diferentes) de cada um, aprender a ouvir os outros, unir forças para um objectivo comum, largar o medo de ser ridículo, largar a frase “não sou capaz”, aceitar a ideia de alguém do grupo num determinado momento poder emergir como “lider”, não porque é o melhor, mas porque teve uma boa ideia que favorece o objectivo comum do grupo, etc… E fazê-lo a brincar, divertindo-se.
Uma sessão não é suficiente para atingir os objectivos ideiais, obviamente. Mas é um princípio, que pode abrir novos espaços. Como uma prova de um novo sabor, para lhe abrir o gosto, e deixar a vontade de voltar a provar.
Raquel Feliciano
Raquel Feliciano
Esta actividade decorrerá este Sábado 3 de Dezembro das 15h às 18h, inclui um lanchinho vegetariano e todos os materiais para realizar os jogos. O custo é de 20 euros por criança, tendo descontos para irmãos. Consulte mais detalhes aqui